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A pessoa faz um
esforço máximo em torno de uma diferença mínima para proteger sua identidade.
Embora muitos traços comportamentais, sociais, situacionais ou regionais sejam
idênticos — e criem uma identificação quase imediata com outras pessoas do
mesmo meio —, é justamente sobre essa pequena diferença que o sujeito
concentra todo seu esforço para se diferenciar do outro.
Pode ser o
sotaque, a cor da pele, a roupa, ou até mesmo o time para o qual se torce —
aquilo que deveria ser detalhe vira foco das defesas do eu. É como se, ao não
suportar o grau de semelhança, o sujeito precisasse encontrar um ponto para
dizer: “eu não sou o outro”.
Esse movimento
de defesa, embora muitas vezes inconsciente, pode marcar o início da
rivalidade. A agressividade não nasce necessariamente da diferença radical, mas
justamente da proximidade excessiva — do outro que se parece demais, que
ameaça apagar os limites do eu.
É aí que a
pequena diferença se transforma em trincheira simbólica. E o que poderia ser
vínculo se torna disputa. O narcisismo das pequenas diferenças mostra que,
paradoxalmente, o conflito mais violento pode nascer entre aqueles que, no
fundo, são quase iguais.
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